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O poder emana do povo: impeachment não é golpe!

Muito se questiona o uso do instrumento legal que deve afastar Dilma Rousseff da presidência.


Impeachment é um instrumento legal, previsto em Constituição Federal (lei), que prevê o impedimento de um Chefe de Estado de continuar a reger o Governo, se o mesmo for de clamor popular, aprovado pelos Representantes do Povo, com base em provas contundentes de inaptidão para a chefia, sem a necessidade de contemplar escândalos de corrupção, ainda que estes corroborem tal decisão. Tal decisão pode ser tomada por crises econômicas causadas e/ou ampliadas por gestão inadequada e/ou ineficiente, incapacidade intelectual da liderança, mentira e/ou omissão ao longo do processo eleitoral, dentre outros inúmeros motivos, bem como por mera decisão da maioria popular, descontente com os rumos governamentais.

O Congresso Nacional, juntamente com o Senado, é o representante direto do povo, que atende os anseios e necessidades do povo, tomando decisões com base em sua premissa de representar os cidadãos, bem como recebe apoio do STF para que a decisão seja tomada com base no que tange a lei, com julgamento justo e claro. O poder emana do povo, e o povo decidirá se haverá impeachment ou não, fazendo com que os Deputados e Senadores julguem de acordo com o clamor popular e com bases jurídicas.

Em 1996, a conversa de Lula e do PT era outra...

Para o atual governo, a situação está desfavorável, pois a Presidente da República tem reprovação popular beirando os 70%, bem como se elegeu com base em promessas não cumpridas e com a política do medo. Sua gestão econômica tem se mostrado desastrosa e ineficaz, transferindo para o povo brasileiro todo custo da falta de planejamento e preparo para encarar crises econômicas, bem como o custo da corrupção, transmitido aos preços dos combustíveis, em um período em que o mercado mundial apresenta deflação de preços para derivados de petróleo.

Justamente por estar em situação desfavorável, movimentos pró-governo estão tentando insuflar o povo brasileiro que Impeachment, um instrumento legal previsto em nossa lei maior, seria um golpe e um ataque a democracia brasileira, o que é infundado e até mesmo criminoso, quando infla os seus a pegarem em armas para defender seu projeto de poder, bem como querem a dissolução do Congresso Nacional e do Senado, onde estão os legítimos representantes do povo brasileiro, tão eleitos quanto a Presidente da República, para garantir a sua permanência no poder, o que é um atentado a nossa carta magna. Se quando um Deputado recebe acusações de corrupção, fraude ou inaptidão, o mesmo é julgado e normalmente tem seu mandato cassado, porquê a Presidente estaria impedida disto? O mais incrível é que eles, quando oposição, eram os primeiros a protocolar pedidos de Impeachment, por qualquer motivo (foram inúmeros contra FHC e Collor), e apoiaram a derrubada do ex-Presidente Fernando Collor, o qual faz coalizão política com eles atualmente... mas agora que eles chegaram ao poder, o uso deste instrumento com bases fundamentadas (inaptidão, corrupção de membros integrantes do governo, crise econômica, dentre outros) se tornou um atentado a democracia? Faça-me rir. 

   

   
 
Opinião: Dimithri Vargas